A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quinta-feira
projeto de lei que inclui no Código Civil a união estável entre
homossexuais e sua futura conversão em casamento. A proposta transforma
em lei uma decisão já tomada por unanimidade pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) em maio de 2011, quando reconheceu a união estável de
homossexuais como unidade familiar.
A proposta,
da senadora Marta Suplicy (PT-SP), ainda terá que passar pela Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a plenário e também terá que
ser votada pela Câmara dos Deputados, onde deverá enfrentar muito mais
resistência do que no Senado, especialmente por parte da chamada bancada
evangélica.
Em seu relatório sobre o PL, a senadora Lídice
da Mata (PSB-BA) defendeu a proposta lembrando que o Congresso está
atrasado não apenas em relação ao STF, quanto em relação à Receita
Federal e ao INSS, que já reconhecem casais do mesmo sexo em suas
normas. A senadora lembra, no entanto, que a conversão de união estável
em casamento não tem qualquer relação com o casamento religioso.
"O
projeto dispõe somente sobre a união estável e o casamento civil, sem
qualquer impacto sobre o casamento religioso. Dessa forma, não fere de
modo algum a liberdade de organização religiosa nem a de crença de
qualquer pessoa, embora garanta, por outro lado, que a fé de uns não se
sobreponha à liberdade pessoal de outros", apontou em seu relatório.
Apesar
da decisão do STF, que serve de jurisprudência para as demais esferas
judiciais, casais homossexuais têm tido dificuldade em obter na Justiça a
conversão, mesmo em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro.
Vários juízes alegam, apesar da decisão do órgão superior, que não há
legislação a respeito. Durante a votação do STF, o então presidente do
Tribunal, ministro Cezar Peluso, cobrou do Congresso que "assumisse a
tarefa que até agora não se sentiu propensa a fazer" e transformasse a
conversão em lei.
Fonte: Estadão
quinta-feira, 24 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Ana Karolina sobre ter dois pais: ''Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar''
Hoje, Ana é criada por dois pais: o comissário de bordo Fábio Lopes, 35, seu tio por parte de mãe, que tem a guarda há sete anos, e seu companheiro, o dermatologista João Paulo Afonso, 30. ''Seis meses antes de a minha irmã falecer, ela pediu que, caso algo acontecesse, era para eu cuidar da Ana. Lutei muito pela guarda. O juiz não queria me dar'', explica Fábio.
Nascida em Sapucaia do Sul, próxima a Porto Alegre, Ana se mudou para São Paulo. Com incentivo do tio, entrou para uma agência de jovens talentos e passou a fazer testes. Hoje, ela se divide entre a capital paulista, onde mora com os pais, e Rio de Janeiro, local de seu trabalho.
No Rio, Ana passa a semana com a meia-irmã Letícia, 22. ''Levanto às 6h e vou para a escola. Este ano a minha menor nota foi 9! Às 13h, o motorista da Globo me pega em casa e só volto às 22h. Deito por volta das 23h. À noite é o melhor momento para decorar os textos da novela. Tento me esforçar ao máximo. Estou lutando para conseguir um contrato'', explica a atriz.
Como sua mãe faleceu?
Eu estava assistindo TV na sala quando bateram no portão, saí para ver e era uma daquelas vendedoras de produtos de beleza. Ela perguntou pela minha mãe, então, fui chamá-la. Bati na porta do quarto várias vezes, mas ela não abriu. Avisei para a vendedora que ela estava dormindo. Nesse momento, ouvi um barulho muito grande. Entrei desesperada e fui direto para o quarto. Minha mãe estava caída no chão, entre a cama e a parede. Eu perguntava o que tinha acontecido, mas ela não respondia, não conseguia falar. Liguei para a emergência, mas pensaram que era trote. Pedi ajuda para uma vizinha, que chamou o resgate. Mas, infelizmente, ela chegou praticamente morta ao hospital. Disseram que ela teve um AVC (acidente vascular cerebral). Se tivesse sobrevivido, iria ficar vegetando.
Como lidou com essa situação?
Eu me sentia culpada, muito culpada. E chorava muito por causa desse sentimento. Na minha cabeça, podia ter feito algo. Passei por um psicólogo até consegiur superar esse sentimento.
Quais lembranças tem de sua mãe?
Ela usava roupas justas, adorava esmaltes vermelhos. Lembro-me de que lia histórias para mim na casa da árvore feita pelo meu padrasto (Antônio). Como vivi pouco tempo com ela, não sofri tanto como minhas irmãs (Letícia, 22, e Juliane, 30). Penso que, se minha mãe não tivesse ido, talvez eu não teria iniciado minha carreira. Quando morava no Sul, minha vida era bem humilde. Deus sabe o que faz.
Como foi a adaptação com seu tio?
Não o conhecia. Tive medo. A Veridiana, uma afilhada da minha avó (Tereza), que era como se fosse uma mãe para mim, veio morar comigo em São Paulo até eu me acostumar.
Depois que começamos a criar uma relação afetiva e vi suas atitudes como pai, a adaptação foi fácil.
Como é ser criada por dois pais?
É tranquilo. Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar. Tive uma babá que falava: ''Coitada de você quando menstruar e for namorar. Imagine você sozinha com dois homens (risos)!'' Mas tenho certeza de que, quando isso acontecer, eles vão saber o que fazer.
Quem é mais durão em casa?
O tio João. Ele é turrão. Quando fala algo, não cede. Agora, o tio Fábio é maleável. Consigo dobrá-lo facilmente (risos). Meu signo é Touro. Então sou um pouco respondona. Mas, toda vez que brigo com meus pais, peço desculpas.
CONTIGO
Por Fabiana Loiacone
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