domingo, 21 de abril de 2013

Livro: "TODA MANEIRA DE AMOR VALE A PENA"

Descrição do livro:

Toda maneira de amor vale a pena
20 histórias de quem venceu o preconceito
Bety Orsini
Editora Primeira Pessoa
188 páginas
14 x 21 cm

Ainda adolescente, Bruno ouviu de um tio: “Na nossa família não tem ladrão nem veado.” Michael enfrentou um ginásio com 2 mil pessoas a entoar o coro “bicha!”. Um colega de trabalho afirmou a Deise que parceiro era coisa de “ladrão e homossexual”. David quase se casou com a sogra para não ter que sair do Brasil. Gilberto teve que deixar os Estados Unidos por amor. Carla e Cinthia foram mães de um menino. André e Carlos se tornaram pais de duas meninas. Alison ainda é padre, mesmo sem congregação.
Essas são algumas das 20 histórias daqueles que oferecem seus relatos sinceros e corajosos em uma obra que revela bem mais do que a orientação sexual de seus personagens. Ela mostra quão estúpida e violenta é a discriminação. Um livro que merece ser lido para entender que é possível ser feliz independentemente do caminho escolhido. Porque toda maneira de amor vale a pena.

Escrito pelas mãos da jornalista Bety Orsini e publicado pela Editora Sextante, o livro “Toda maneira de amor vale a pena” conta as histórias de pessoas que venceram o preconceito e hoje construíram uma vida feliz. Os relatos destes personagens reais são muito mais do que simples contos que revelam a orientação sexual de cada um, são demonstrações de como a violência e a discriminação moldam as personalidades e como a superação dá forças para seguir adiante.
Ao decorrer do livro, os leitores acompanharão as experiências descritas em 20 narrativas. Histórias de pessoas que, em algum momento de suas vidas, perceberam que o fato de serem homossexuais poderia interferir em seus caminhos, mas que mesmo assim enfrentaram o ódio alheio para garantir o sucesso e a felicidade plena. “Muitos tiveram que aguardar a idade adulta para entender o que acontecia com seu desejo; outros o fizeram ainda no início da adolescência, sem saber direito o que sentiam, ´sabendo apenas que era bom`. Muitos enfrentaram a rejeição familiar e o bullying na escola, ficando com marcas permanentes (como as memórias do menino ´diferente` que tinha dor de barriga todo domingo à noite, véspera de aula); outros puderam contar com o apoio de parentes e amigos. De uma forma ou de outra, quase todos os entrevistados sofreram pressões, inclusive de si mesmos, para ser ’iguais a todo mundo’”, explica a autora, na introdução do livro.
Entre os entrevistados que relataram suas vidas para compor o material estão algumas pessoas conhecidas publicamente, como o jornalista André Fischer, do Mix Brasil; o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, o jogador de vôlei Michael e o casal André Ramos e Bruno Chateaubriand.


Resenha de Daniela Fenti publicada no Diarioweb
Livro fala sobre a diversidade sexual

Quem já foi vítima de alguma forma de preconceito e teve de ultrapassar obstáculos para ter uma vida plena deve se identificar com o livro “Toda maneira de amor vale a pena”, de Bety Orsini, que acaba de chegar às livrarias com o selo da Primeira Pessoa.  O quinto livro da jornalista carioca é focado em lembranças de pessoas que, em algum momento, sentiram que sua orientação sexual poderia torná-las alvo de discriminação e violência. Mesmo assim, resolveram enfrentar a intolerância em busca da felicidade.  Mais do que reproduzir clichês e caricaturas desses personagens reais, a autora traz 20 relatos sinceros e corajosos, que mostram que o amor é capaz de vencer qualquer barreira, independentemente de quem divide a cama com quem.
Entre os entrevistados, estão o jornalista Bruno Chateaubriand, o estilista Carlos Tufvesson, o jogador de vôlei Michael dos Santos, o padre inglês James Alison, as empresárias Gyslaynne Palmerino e Suzana Adachi, entre outros nomes, que ganharam repercussão nacional por conta de suas trajetórias.
Michael, por exemplo, teve de enfrentar um ginásio lotado, com cerca de 2 mil pessoas, a entoar o coro “Bicha”, enquanto entrava na quadra pelo time do Vôlei Futuro. Gyslaynne e Suzana recorreram a um banco de sêmen para realizar o sonho da maternidade, com o óvulo de uma e a barriga de outra. Já Alison vai “contra” os preceitos da Igreja Católica e luta pelos direitos da população LGBT.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Entre Laços - Grupo de Famílias Homoafetivas

Sobre

Grupo Entre Laços

Missão
A troca de experiência entre famílias homoparentais. Promover encontros presenciais mensais para debatermos sobre assuntos pertinentes às famílias homoafetivas. Espaço físico e virtual onde as pessoas que buscam ou tenham uma família homoafetiva possam se informar, pesquisar sobre leis e direitos, se inscrever em listas de adoção, obter auxilio de advogados, médicos especialista em reprodução humana, escolas, entre outros assuntos.
Descrição
Os encontros presenciais serão realizados sempre no primeiro domingo de cada mês em São Paulo/SP. Neste encontro abordaremos um tema e traremos um especialista para falar do assunto. Essa apresentação terá 1h30 de duração. Após a apresentação do tema teremos 1h30 de bate papo livre para tirarmos dúvidas e levantarmos assuntos do momento. Os encontros serão transmitidos em tempo real, via internet, com possibilidades das famílias de outros estados poderem tirar suas dúvidas online, durante apresentação.

Informação Geral
Gyslaynne Palmerino e Suzana Adachi vivem em relação estável e sempre tiveram o desejo de formar família e com o desejo vieram as dúvidas e questionamentos. Decidiram então, criar um grupo onde casais homoafetivos pudessem se conhecer, dividir experiências e obter informações entre si.
A partir daí, surgiu a ideia do Grupo Entre Laços.
Venham conhecer e fazer parte do nosso grupo.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Lei que inclui no Código Civil a União Estável entre casais homoafetivos e sua futura Conversão em Casamento.

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quinta-feira projeto de lei que inclui no Código Civil a união estável entre homossexuais e sua futura conversão em casamento. A proposta transforma em lei uma decisão já tomada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011, quando reconheceu a união estável de homossexuais como unidade familiar.

A proposta, da senadora Marta Suplicy (PT-SP), ainda terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a plenário e também terá que ser votada pela Câmara dos Deputados, onde deverá enfrentar muito mais resistência do que no Senado, especialmente por parte da chamada bancada evangélica.

Em seu relatório sobre o PL, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) defendeu a proposta lembrando que o Congresso está atrasado não apenas em relação ao STF, quanto em relação à Receita Federal e ao INSS, que já reconhecem casais do mesmo sexo em suas normas. A senadora lembra, no entanto, que a conversão de união estável em casamento não tem qualquer relação com o casamento religioso.

"O projeto dispõe somente sobre a união estável e o casamento civil, sem qualquer impacto sobre o casamento religioso. Dessa forma, não fere de modo algum a liberdade de organização religiosa nem a de crença de qualquer pessoa, embora garanta, por outro lado, que a fé de uns não se sobreponha à liberdade pessoal de outros", apontou em seu relatório.

Apesar da decisão do STF, que serve de jurisprudência para as demais esferas judiciais, casais homossexuais têm tido dificuldade em obter na Justiça a conversão, mesmo em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro. Vários juízes alegam, apesar da decisão do órgão superior, que não há legislação a respeito. Durante a votação do STF, o então presidente do Tribunal, ministro Cezar Peluso, cobrou do Congresso que "assumisse a tarefa que até agora não se sentiu propensa a fazer" e transformasse a conversão em lei.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ana Karolina sobre ter dois pais: ''Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar''

Foi com um sorriso aberto e um abraço apertado que Ana Karolina Lannes, 11 anos, recebeu a equipe de CONTIGO! no Lady Fina Café e Bristô, na Vila Mariana, em São Paulo. Atualmente no papel de Ágata, a filha maltratada de Carminha (Adriana Esteves) e Tufão (Murilo Benício), em Avenida Brasil, da Globo, a atriz mirim começou a carreira aos 5 anos. ''A Adriana (Esteves) ficava preocupada no início da novela, dizia que tudo o que ela fazia nas cenas não era pessoal. Mas sei separar a realidade da ficção. Ficaria louca se levasse para minha vida'', comenta Ana. A menina já participou das tramas Duas Caras (2007), Ciranda de Pedra (2008) e Tempos Modernos (2010). Superfalante, ela nunca conheceu o pai e perdeu a mãe, Liane Lannes, quando tinha apenas 4 anos.

Hoje, Ana é criada por dois pais: o comissário de bordo Fábio Lopes, 35, seu tio por parte de mãe, que tem a guarda há sete anos, e seu companheiro, o dermatologista João Paulo Afonso, 30. ''Seis meses antes de a minha irmã falecer, ela pediu que, caso algo acontecesse, era para eu cuidar da Ana. Lutei muito pela guarda. O juiz não queria me dar'', explica Fábio.

Nascida em Sapucaia do Sul, próxima a Porto Alegre, Ana se mudou para São Paulo. Com incentivo do tio, entrou para uma agência de jovens talentos e passou a fazer testes. Hoje, ela se divide entre a capital paulista, onde mora com os pais, e Rio de Janeiro, local de seu trabalho.

No Rio, Ana passa a semana com a meia-irmã Letícia, 22. ''Levanto às 6h e vou para a escola. Este ano a minha menor nota foi 9! Às 13h, o motorista da Globo me pega em casa e só volto às 22h. Deito por volta das 23h. À noite é o melhor momento para decorar os textos da novela. Tento me esforçar ao máximo. Estou lutando para conseguir um contrato'', explica a atriz.

Como sua mãe faleceu?
Eu estava assistindo TV na sala quando bateram no portão, saí para ver e era uma daquelas vendedoras de produtos de beleza. Ela perguntou pela minha mãe, então, fui chamá-la. Bati na porta do quarto várias vezes, mas ela não abriu. Avisei para a vendedora que ela estava dormindo. Nesse momento, ouvi um barulho muito grande. Entrei desesperada e fui direto para o quarto. Minha mãe estava caída no chão, entre a cama e a parede. Eu perguntava o que tinha acontecido, mas ela não respondia, não conseguia falar. Liguei para a emergência, mas pensaram que era trote. Pedi ajuda para uma vizinha, que chamou o resgate. Mas, infelizmente, ela chegou  praticamente morta ao hospital. Disseram que ela teve um AVC (acidente vascular cerebral). Se tivesse sobrevivido, iria ficar vegetando.

Como lidou com essa situação?
Eu me sentia culpada, muito culpada. E chorava muito por causa desse sentimento. Na minha cabeça, podia ter feito algo. Passei por um psicólogo até consegiur superar esse sentimento.

Quais lembranças tem de sua mãe?
Ela usava roupas justas, adorava esmaltes vermelhos. Lembro-me de que lia histórias para mim na casa da árvore feita pelo meu padrasto (Antônio). Como vivi pouco tempo com ela, não sofri tanto como minhas irmãs (Letícia, 22, e Juliane, 30). Penso que, se minha mãe não tivesse ido, talvez eu não teria iniciado minha carreira. Quando morava no Sul, minha vida era bem humilde. Deus sabe o que faz.

Como foi a adaptação com seu tio?
Não o conhecia. Tive medo. A Veridiana, uma afilhada da minha avó (Tereza), que era como se fosse uma mãe para mim, veio morar comigo em São Paulo até eu me acostumar.
Depois que começamos a criar uma relação afetiva e vi suas atitudes como pai, a adaptação foi fácil.

Como é ser criada por dois pais?
É tranquilo. Eles têm atitudes normais de pais: educam, repreendem, dão amor, carinho, ajudam quando preciso me arrumar. Tive uma babá que falava: ''Coitada de você quando menstruar e for namorar. Imagine você sozinha com dois homens (risos)!'' Mas tenho certeza de que, quando isso acontecer, eles vão saber o que fazer.

Quem é mais durão em casa?
O tio João. Ele é turrão. Quando fala algo, não cede. Agora, o tio Fábio é maleável. Consigo dobrá-lo facilmente (risos). Meu signo é Touro. Então sou um pouco respondona. Mas, toda vez que brigo com meus pais, peço desculpas.


CONTIGO
Por Fabiana Loiacone

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

STJ reconhece casamento gay ao julgar união de gaúchas! Mais uma vitória!!

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considera uma tendência no judiciário a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em reconhecer o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Com quatro votos dos cinco ministros da 4ª turma do tribunal, foi autorizado o casamento de um casal de gaúchas, que já vivem juntas há cinco anos. O julgamento foi realizado nesta terça-feira (25).

"Para nós, essa decisão é mais uma inflexão desse debate no país. O Supremo [STF] ter decidido de forma favorável à união estável foi um passo. Outros passos também foram importantes, como o próprio STJ ter decidido pela permissão de adoção por casais homossexuais. A tendência é que o ordenamento jurídico seja unificado", disse Jaime Ásfora, da Comissão de Direitos Humanos da OAB.


A decisão que beneficia o casal gaúcho não pode ser aplicada a outros casos, porém abre precedente para que tribunais de instâncias inferiores ou até mesmo cartórios adotem posição semelhante.

"O cenário ideal, para nós que defendemos um país de igualdade de direitos, onde a Consituição diz que todos devem ser tratados de maneira igual, independentemente de credo ou raça, seria alteração do texto da Constituição, mas isso não podemos dizer que vai acontecer e quando vai acontecer. O STF, quando provocado, irá decidir da mesma maneira que o STJ", disse Ásfora.
Foi a primeira vez que o STJ admitiu o casamento gay. Outros casais já haviam conseguido oficializar os relacionamentos em âmbito civil em instâncias inferiores da Justiça. Neste caso, porém, o pedido chegou ao STJ porque foi rejeitado por um cartório e pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

"Serão minorias os juízes que não acham possível o casamento homossexual, que isso só seria possível se mudar a constituição, isso está ficando ultrapassado. O Congresso precisa ter coragem para fazer o que precisa ser feito e que o povo cobra que seja feito, que é adequar a Constituição com essa realidade de casais do mesmo sexo", afirmou o representante da OAB.

O primeiro casamento civil no país ocorreu no final de junho, quando um casal de Jacareí (SP) obteve autorização de um juiz para converter a união estável em casamento civil.

Segredo de Justiça
O casal entrou com o pedido de casamento civil antes mesmo da decisão do Supremo Tribunal Federal, em maio deste ano, que equiparou a relação homoafetiva à união estável. A identidade de ambas não pode ser revelada porque o processo tramita em segredo de Justiça.

Elas pediram em cartório o registro do casamento e, diante da recusa, resolveram entrar na Justiça. Mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul julgou improcedente a ação, o que levou as gaúchas a recorrerem ao STJ.

Ao reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo, em maio deste ano, o STF deixou em aberto a possibilidade de casamento, o que provocou decisões desencontradas de juízes de primeira instância.

Há diferenças entre união estável e casamento civil. A primeira acontece sem formalidades, de forma natural, a partir da convivência do casal. O segundo é um contrato jurídico-formal estabelecido entre duas pessoas.

" A decisão do STJ vai encurtar caminhos aos cidadãos. Vai evitar o desgaste, o esforço que os casais homossexuais precisam tomar para consolidar juridicamente suas relações", disse Jaime Ásfora, da Comissão de Direitos Humanos da OAB.


O advogado do casal, Paulo Roberto Iotti Vecchiatt, sustentou que, no direito privado, o que não é expressamente proibido, é permitido. Ou seja, o casamento estaria autorizado porque não é proibido por lei. Segundo ele, o essencial de qualquer relação amorosa é "formar uma família conjugal, cuja base é o amor familiar. A condição de existência do casamento civil seria a família conjugal e não a variedade de sexos".

Beijos
Gy

sexta-feira, 20 de maio de 2011

2º Piquenique pelo Mesmo Amor - São Paulo

Hora
domingo, 12 de junho · 14:00 - 18:00

Localização
Praça da Paz - Parque do Ibirapuera
Acesso: Av. República do Líbano - Portão 7 e 8
São Paulo, Brazil




Mais informações
Segunda comemoração do "Piquenique pelo mesmo amor"!!!!
Será no Dia dos Namorados, domingo dia 12 de Junho, às 14h.

A PAUTA sugerida dessa vez é a seguinte:

...Leve uma FOTO com seu amor (namorada, namorado, mas também pode ser seu filho, o cachorro, o seu violão, a gatinha, a mamãe, a vovó, etc).
Faremos um álbum de lembrança bonitaço, de todos os amores.

 
O "Piquenique pelo Mesmo Amor" mostra ao mundo, de forma descontraída e alegre, que todo casal e toda família têm em comum o mesmo amor e que todos merecem os mesmos direitos e mesmo respeito. Não é um evento político, nem uma manifestação gritante. É um evento de celebração do amor e a diversidade.
A idéia é juntar e reunir famílias, casais, amigos, cachorros. Todo mundo, hetero, gay, lésbica, travesti, transexual. Para participar basta levar comida, bebida, apetrechos para o piquenique, brinquedos, bolas, balões, etc.....e como dessa vez será no inverno, levem o cafezinho, chá, e o chimarrão. Ou uma boa cachaça.

Vamos comemorar o amor, a paz, a diversidade; e fazer de um domingo, um mundo mais justo e feliz.

Até lá!
Nós vamos pessoal!!! Deixamos o convite pra vcs que puderem participar!! 
Beijos!!
Gy e Su

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deputados aprovam lei do Dia Contra a Homofobia em SP

Na sessão realizada na última quarta-feira (4), a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o projeto de autoria do deputado Carlos Giannazi, que institui o 17 de Maio como o Dia de Luta Contra a Homofobia no Estado de São Paulo.


A proposta segue agora para o Poder Executivo para ser sancionada pelo governador Geraldo Alckmin.

domingo, 8 de maio de 2011

Dupla Maternidade - Matéria conosco no Estadão

Ciça Vallerio - O Estado de S.Paulo
Três histórias diferentes se unem num ponto central: a realização do sonho da maternidade. Em todas, as personagens enfrentaram preconceito, discriminação e desamparo judicial para se tornar mães e constituir uma família. Mas valeu a pena atravessar os obstáculos: hoje, esses casais de mulheres festejam em dose dupla o Dia das Mães, ao lado de seus desejados e planejados filhos. Todos nasceram a partir de reprodução assistida, método cada vez mais adotado nas uniões homoafetivas.
Em um apartamento na zona sul da cidade, as pesquisadoras I. e A. celebram a data, pela primeira vez, ao lado da pequena E., de 3 meses. Por terem recebido ameaça homofóbica no blog de autoria de ambas, o Minhas Duas Mamães, omitiram seus nomes. Elas vivem juntas há sete anos e meio e, como muitos casais de lésbicas, tiveram a ajuda de um doador de sêmen para curtir juntas as delícias de uma gestação.

"Decidimos que eu seria gestante primeiro por causa da minha idade", conta I., que é professora universitária, especialista em neurociência. "Como estou com 34 anos e minha companheira, 32, não queria adiar mais por saber que a fertilidade vai se reduzindo à medida que o tempo passa." Elas planejam outro filho para 2012 - e será a vez de A. engravidar. "Desde pequena, sou louca por criança. E queremos que nós duas tenhamos essa experiência", diz A., biomédica que atualmente se dedica ao doutorado.

Em uma casa no extremo oeste da capital, as representantes comerciais Adriana Tito Maciel, de 28 anos, e Munira Khalil El Ourra, de 29, vão fazer uma festa especial no Dia das Mães. Adriana estava com o barrigão de sete meses de um casal de gêmeos quando as duas entraram na Justiça para o reconhecimento de dupla maternidade. Foram cinco recursos negados. Os filhos Eduardo e Ana Luiza nasceram e a batalha judicial só foi vencida em 9 de janeiro deste ano, poucos meses antes de eles completarem dois anos, na sexta-feira retrasada. Na sentença do Tribunal de Justiça do Estado, entre outros trechos, está assegurado "o dever da não-discriminação e igualdade às várias formas de família e aos filhos que delas se originem".

"Espero que, com essa decisão, outras famílias formadas por mães e mães, e por pais e pais, possam ficar legalizadas também", ressalta Munira.
 

É o que mais desejam as consultoras de negócios Suzana Adachi, de 34 anos, e Gyslaynne Palmerino, de 22. Juntas há 4, se preparam para a maternidade. No apartamento em que moram, na região central, o quarto que atualmente funciona como escritório está reservado para o futuro rebento. Em junho de 2010, elas recorreram à inseminação artificial com o sêmen de um doador anônimo.

Gyslaynne, que sempre quis gerar uma criança, engravidou. Mas, oito semanas depois, perdeu o feto. Passada a fase de frustração, elas se preparam para novas tentativas. O método, porém, será outro: Recepção de Óvulos da Parceira (Ropa). "Queremos que o óvulo da Suzana seja fecundado pelo espermatozoide de um doador anônimo, e depois implantado no meu útero", explica. "Esse processo dará um filho biológico com genética da Suzana e com meu sangue."

Foi por meio da Ropa que Munira e Adriana se tornaram mães - o primeiro caso registrado no País, de acordo com o ginecologista e especialista em reprodução humana Fernando Prado Ferreira, médico que realizou o procedimento nas duas. Mais do que uma escolha, foi a única maneira encontrada para Adriana engravidar. Com uma endometriose severa, ela não tinha óvulos "bons". Por outro lado, Munira os tinha em profusão. Dessa forma, foram transferidos três óvulos de Munira no útero de Adriana. E dois deles implantaram, dando vida aos atuais filhos do casal.

Depois disso, choveram pedidos idênticos na clínica. Os custos do Ropa vão de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Como não há definição na legislação sobre esse procedimento, todos os pedidos foram encaminhados ao Conselho Federal de Medicina para obtenção de um parecer ético.

Desde outubro de 2010, seis casais aguardam o parecer da entidade. Enquanto a pendência não for resolvida, Gyslaynne e Suzana, por exemplo, têm de esperar para se tornar mães.

A reprodução assistida tem sido cada vez mais procurada por casais de lésbicas que querem ter filhos. A morosidade do processo de adoção e a dificuldade de homossexuais em conseguir adotar tem levado muitas mulheres a recorrer à inseminação artificial. Além disso, a divulgação na mídia e em redes sociais, especialmente blogs dedicados à questão da maternidade, e o maior acesso ao método também impulsionaram o interesse.

Segundo o ginecologista Fernando Prado Ferreira, que faz parte da equipe do Centro de Reprodução Humana do Hospital Santa Joana, atualmente, 40% do total de atendimentos realizados em 2010 no local foi de cônjuges mulheres. Em 2008, esse porcentual era de 10% e, em 2005, de menos de 2%. "Como a decisão do CFM está parada, pedimos ajuda jurídica à especialista em direitos homoafetivos Maria Berenice Dias (leia mais à página 8) para nos certificarmos de que há realmente necessidade de uma autorização como essa", conta Ferreira.

Enquanto a burocracia emperra, uma rede de mães duplas trocam informações sobre a conquista da maternidade via reprodução assistida. As pesquisadoras I. e A., mães da bela e sorridente E., fazem sucesso com o blog Minhas Duas Mamães. "Tem um monte de meninas tentando engravidar. Várias delas não imaginavam que isso seria possível sem recorrer à adoção", diz A., autora da página virtual.

Troca de ideias. Elas contam que o blog foi criado para que conhecessem outras famílias com duas mães e que, assim, a filha soubesse que não é a única gerada numa relação homoparental. "Quando crescer, vai ser importante para ela saber que somos uma família normal, independentemente da orientação sexual", diz I.. De quebra, trocam experiências e informações com outras mulheres em situação semelhante.

Seguindo os mesmos passos, mas ainda sem filhos, Gyslaynne e Suzana lançaram o Maternidade Dupla. Ele surgiu inicialmente como um diário, para que o futuro filho pudesse acompanhar a gravidez das duas mães. Com o insucesso da tentativa de inseminação artificial, o blog virou outra fonte de informações variadas e já foi acessado por mais de 36 mil visitantes. É uma legião de casais de lésbicas que, com certeza, não estão nas estatísticas dos 60 mil cônjuges homossexuais apontados recentemente pelo Censo 2010. Muitas preferem a invisibilidade e a discrição para se proteger de agressões homofóbicas. Infelizmente, ainda há quem teime em não aceitar a diversidade humana.

Plantando a semente da tolerância
Jéssica e Carina Ramires são casadas por meio de um contrato de união estável feito em cartório, uma vez que não existe regulamentação legal entre casais homossexuais. Como Jéssica já tinha uma filha biológica de um relacionamento hétero e sua companheira, outra filha nascida de uma produção independente, as duas criaram um grupo para reunir famílias homoparentais para trocar experiências e dicas.

Grupo Entre Laços
O Grupo Entre Laços foi criado com intuito de unir e dividir experiências entre Famílias Homoafetivas com filhos e Famílias Homoafetivas em formação. 
Oferece reuniões mensais, todo 3º domingo de cada mês com temas pertinentes às famílias e sempre um profissional na área para esclarecer e tirar dúvidas.
Para os interessados, o grupo conta com página de bate-papo e página.
Também podem entrar em contato pelo email: grupoentrelacos@live.com.br

Cinema e TV abordam o tema
As uniões homoafetivas são cada vez mais retratadas no cinema e na TV. Até o IBGE, pela primeira vez, apresentou no Censo 2010 a declaração de 60 mil cônjuges gays. O tema está inserido, ainda, em Amor e Revolução, nova novela do SBT: a atriz Luciana Vendramini interpreta uma lésbica. Nos breves lançamentos em DVD está o premiado Minhas Mães e Meu Pai - indicado a quatro Oscar este ano, entre os quais o de melhor atriz pela atuação de Annette Bening. Ela e Julianne Moore fazem o papel de um casal com dois filhos gerados por inseminação artificial. O filme tem direção de Lisa Cholodenko - ela própria casada com uma musicista. Ambas são mães de um garoto gerado a partir do sêmen de doador anônimo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Censo 2010 contabiliza mais de 60 mil casais homossexuais

Resultados preliminares foram divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE.
País tem 37,5 milhões de pessoas que vivem com cônjuges do sexo oposto.

Carolina Lauriano e Nathália Duarte Do G1, no Rio e em São Paulo

Tabela cônjuges Censo 2010 (Foto: Arte/G1)


O Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2010, divulgados nesta sexta-feira (29). Essa foi a primeira edição do recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contabilizar a população residente com cônjuges do mesmo sexo.
Ainda de acordo com os resultados preliminares, 37.487.115 pessoas vivem com cônjuges do sexo oposto.
Em números absolutos, a região com mais casais homossexuais é o Sudeste, que abriga 32.202 casais, seguida pelo Nordeste, com 12.196 casais. O Norte tem o menor número de casais do mesmo sexo: 3.429, seguido do Centro-Oeste, com 4.141. A Região Sul tem pouco mais de 8 mil casais homossexuais. Entre os estados, São Paulo é o que tem a maior quantidade de casais homossexuais (16.872) e Roraima é o que tem menos, com apenas 96 casais que se declararam homossexuais.
Nesta sexta, o IBGE também divulgou a Sinopse do Censo Demográfico 2010, que apresenta os primeiros resultados definitivos do último recenseamento. Alguns números divulgados preliminarmente em novembro de 2010 foram ajustados, a exemplo do total da população, com a inclusão de estimativas sobre a população dos domicílios considerados fechados durante a coleta de dados.

Os censos demográficos são realizados no Brasil a cada dez anos. Participaram desta edição, segundo o IBGE, cerca de 230 mil recenseadores, supervisores, agentes censitários e analistas censitários. A coleta do Censo 2010 foi realizada entre 1º de agosto e 30 de outubro de 2010.
Grau de parentesco
Dos 67,5 milhões de domicílios recenseados, mais de 57 milhões são considerados particulares e têm ao menos uma pessoa apontada como responsável pelos demais moradores da casa.
Sobre o grau de parentesco dos residentes em domicílios particulares com relação ao responsável pelo domicílio, o levantamento preliminar aponta que, 71.279.012 brasileiros são filhos ou enteados que moram com os pais; 9.123.939 são netos ou bisnetos; 12.771.453 tem outro grau de parentesco; e 1.924.250 não possuem nenhum grau de parentesco com os demais moradores do domicílio.
“Um morador de cada domicílio respondeu ao questionário e enumerou o grau de parentesco de cada morador do domicílio. Quem é o responsável, o cônjuge, o filho, o neto e demais parentescos que podem aparecer”, explica a demógrafa Leila Ervatti, do IBGE.


É claro que o número é MUITO MAIOR que esse! Mas infelizmente muitas pessoas não assumiram que tem relacionamento homoafetivo, o que dificulta muita para nós...!
Galera, vamos lutar!!! Vamos dar a cara, não adianta reclamarmos que não temos direitos se não cumprimos com nossos deveres, de verdade, de transparência, de dizer quem realmente somos!!


Gy e Su
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